quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Olhai por nós, Ó Virgem Santa!

"No mês de outubro, em Belém do Pará, tem dias de alegria e muita fé. Começa com extensa romaria matinal o Círio de Nazaré..."
Égua, é incrível como o Círio me comove. Aliás, acho que, no mínimo, a 99% dos paraenses e mais algumas centenas de católicos país a fora.
Caminhando pelas ruas do reduto, ontem (ops. reduto ou umarizal? Bem, não sei os limites), percebi o óbvio: A cidade já pinhada de gente; trânsito mais infernal que o normal; coletivos lotados por volta das 10h da manhã (hãm? é, isso mesmo)...
Aí, apesar do estresse da caminhada no sol escaldante, das pendências a serem resolvidas e das neuras que rondavam a minha mente (muito) pensante naquele momento, parei e vi meu rosto ser acariciado por um fio de lágrima do lado direito.
A princípio achei que fossem resquícios de lágrimas por neuras inúteis anteriores. Depois pensei na bendita TPM. Em fim, me dei conta de que era "O" CLIMA DO CÍRIO, o nosso tempo de congratular os espíritos e unir as forças em prol do grande objetivo de agradecer e homenagear Aquela que nos guia e ilumina durante o ano inteiro.
Caí em mim. Ando tão desligada ultimamente que nem tinha me ligado que vem chegando os dias alegres e de muita fé do mês de Outubro; das belas homenagens singelas, grandiosas, humildes e magníficas Àquela que, aqui, crescemos aprendendo a amar, respeitar e adorar... "E como é linda a Santa em sua berlinda..."
Então, continuei minha exaustiva andança, - tocada, confesso - mas já não mais estressada e aguniada. Me pus a caminhar tranquilamente, batendo aqueeeeeeeele paaaapo com a Naza rumo aos vários destinos que ainda me esperavam. Só o pensar, aliviou as tensões. Suavisou meu dia. Até a dormida, que há duas noites vinham sendo "estranhas", foi tranquila depois de um dia inteiro canalizando as energias da festa Dela.
"E o romeiro a implorar, pedindo a Santa em oração para lhe ajudar..." Temporalmente (isso existe? rs) falando, o clima da Mangueirosa é invariavelmente (muito) QUENTE. Mas é incrível como na semana do círio fica ainda mais. Não sei se pelo calor dos romeiros e promesseiros que vem chegando ou se pela quantidade de maniva sendo cozida simultâneamente (rs). Putz! A maniçooooba. Ahhhhhh! A cidade cheira a maniçoba nessa época. Huummm! E o colorido dos brinquedos de miriti e das fitinhas de Nossa Senhora? Ah, tem também as 'camisas do círio' penduradas, expostas até em postes sendo balançadas pelo vento que não esconde a chuvinha de logo mais... A movimentação no CAN. A imprensa, por onde passam as várias procissões da Mãezinha, cobrindo cada detalhe dos preparativos... A cidade inteirinha funcionando em prol da Grande Festa de Manifestação da Fé.
Ah! Sem falar nos preparativos familiares. (RS) Não existe sequer UMA família que não tenha ao menos um membro se descabelando com as 'missões do Círio'. Durante essa semana, todas aquelas tias e vovozinhas - as "carmelitas" - estão preocupadas com "como vai ser o círio?", "Fulano já comprou os entulhas da maniçoba?", "Já avisaram a Joana que o Círio vai ser aqui esse ano?", "Maria, vai buscar os patos na casa da Creuza!", "Menino tu ainda não foste no ver-o-peso pegar o jambu que encomendei há um mês?"...; A filha se preocupa com a blusa que ela vai usar porque das duas milhões de pessoas que estarão na procissão NENHUMA pode estar com uma igual a dela; A ala masculina jamais esquece de por O gêlo no freezer (huuummm O GÊLO! Sim, o sagrado sem o profano não teria taaaanta graça); Os promesseiros se desesperam correndo atrás de milhares e milheres e milhares de litros de água para distribuir nas procissões... Em fim, é um "perrengue danado" que se repete todos os anos 'só' para não 'passar em branco' aquilo que é significativamente chamado "Natal dos paraenses".


Um ótimo Círio a todos e, do fundo do meu coração vagabundo, espero que a Naza derrame, como sempre, suas bençãos sob os lares e familias de todos. "Óóóóóóó, Viiiiiiiiirgem SaAanta, olhai por nós! Olhai por nós, Ó Virgem Santa, pois precisamos de PAZ"

;~)

Nossa Senhora de Nazaré: Rogai por nós!

domingo, 20 de setembro de 2009

Caos. Essa é a palavra que melhor traduz a atual situação do trânsito em Belém. As ruas da cidade parecem mais um emaranhado de veículos desgovernados perambulantes do que vias de tráfego. Os órgãos responsáveis pela gerência do trânsito na capital precisam, com urgência, realizar ações que visem (re)educar a população em geral quanto ao funcionamento do trânsito. Não sei se as pessoas desaprenderam as normas ou se simplesmente optaram por ignorar totalmente o comportamento adequado e seguro quando se pensa em trânsito – particularmente, creio que a segunda opção é a mais cabível já que os órgãos competentes não fazem nada para que as pessoas mudem a visão de que tudo podem.
É verdade que o número de veículos aumentou consideravelmente nos últimos anos e que a infra-estrutura da cidade não estava pronta para comportar esse aumento de fluxo. Mas somado a isso existe o descaso da população. As pessoas não pensam que se cada uma agir de modo correto o todo flui corretamente. Elas só pensam em chegar aos seus destinos e saem atropelando tudo e todos. Em determinados momentos não se consegue entender que mão das vias vai para onde ou que manobra o condutor (barbeiro!) está tentando executar, tamanha é a confusão que se arma no ir e vir de veículos e pessoas que transitam pelas artérias mangueirosas.
É ciclista que não tem por onde andar e acaba por atrapalhar os veículos motorizados, passando por onde bem entende. Pedestres que não respeitam suas limitações. Condutores que não obedecem às leis e sinalizações. Órgãos responsáveis que não fiscalizam e, muito menos, zelam pela tal ordem que deveriam zelar. E assim, se instala o verdadeiro caos. Prestar atenção no movimento do tráfego como espectador é, no mínimo, assustador. Estar participando dele, então, nem se fala.
É urgente e mais que necessária uma reviravolta no trânsito de Belém ou a situação ficará cada vez mais crítica. Além do aumento do número de acidentes, levanto a hipótese da impossibilidade de se trafegar “montando” um veículo motorizado. A população precisa ser conscientizada. Mais vias de tráfego precisam ser abertas. Novas engenharias de tráfego desenvolvidas. E por que não falar em rodízio de veículos?
É, me recolhendo a minha insignificância, continuo esperando que um milagre aconteça e nós finalmente fiquemos livres das atrocidades que assombram o trânsito da nossa querida Belém.