segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Desespero. Despreraro. Inconsequência.

Será mais uma prova do despreparo patético da polícia brasileira esse episódio da morte da adolescente Eloá Cristina? Sim, eu creio.

Eu não estava lá e nem sei até que ponto posso acreditar no que os veículos de comunicação dizem (ou até mesmo no que dizem os envolvidos). Até onde é fatídico? Onde começa o puro deleite dos repórteres nas mais variadas e mórbidas sensações? E o "medo" dos envolvidos de dizerem algo que não corresponda àquilo que os espectadores querem ouvir?

Me pergunto:
Se não tivessem câmeras, flashs, jornalistas e tantos curiosos no local, será que o tal do Lindembergue teria mantido o espetáculo por tanto tempo? Sem contar a televisão ligada, 24h, dentro do apartamento, transmitindo flashs do espetáculo que ele protagonizava. E a polícia (querendo, a qualquer custo, mostrar um serviço e uma eficácia, que, notavelmente, não tinha), será que teria passado tanto tempo criando estratégias para um Grand Finale?

Temos o exemplo do que aconteceu em uma situação semelhante quando o jovem Sandro Nascimento, o "Mancha", sequestrou o ônibus 174, em 2000. Os policiais despreparados e desesperados com todo aquele circo, protelaram, protelaram, protelaram e protelaram. Montaram mil e uma estratégias (não puseram nenhuma em prática), "visando a integridade dos envolvidos", e deu no que deu: a refém foi morta. E o que é pior: por consequência de um erro policial.

Será que a situação lá no ABC Paulista não foi bem parecida? Como é que um grupo, teoricamente, treinado, especificamente - diga-se, para realizar operações especiais como aquela não tem meios para interromper a ação de um bandido, sendo que esse era o único dever que eles tinham?

Vamos considerar que a amiga de Eloá, Nayara, já disse à polícia, em seu segundo depoimento, que até o momento da invasão, o Lindembergue não havia feito nenhum disparo. E ela reafirmou isso, ontem, três vezes à reportagem do Fanástivo.

Ao que tudo indica, é bem possível que os tiros tenham sido reações desesperadas, assim como a do Sandro do "174", mediante a um ato inconsequente dos policiais. Um brasileiro que compõe a equipe da Inteligência Americana - CIA disse ao Fantástico, no domingo retrasado: "Eu estou com vergonha de ser brasileiro", reiterando sua conclusão de que a ação dos policiais foi equivocada.

O Grupo de Operações Táticas e Especiais, da PM de São Paulo, esperou a situação ficar crítica e irredutível para tomar uma atitude. Só funcionou no tranco. Nada de tática. Muito menos eficácia. E, menos ainda, especialidade.

Ação desesperada, despreparada e inconsequênte. Isso sim.

3 comentários:

David Carneiro disse...

;) Ótimo recado paholinha!

mim disse...

kêdi os posts daqui?

Unknown disse...

Porolha,escreve mais...Faz tempo que não o fazes....